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RECONCILIAÇÃO

maio 29, 2012

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Porque não olhava mais no espelho

não sabia mais quem era eu

Por não ver no tempo o silêncio dos trilhos

algo no meio se perdeu

Gerava um monstro (uma quimera) de pedra e razão

imperava a ordem prática das coisas

e o sentimento que estivesse à mão

Ébrio de imagens , vícios fáceis, ninguém atina

A gente só tem idéia do mal quando ele termina

 

Descobri que as paredes guardam mais que segredos

As casas conservam consigo glórias, lágrimas, desejos

A casa conversa comigo, acolhe meus fantasmas em seu teto quente

E o chão onde piso não é terra,

é o espaço em que descrevo a história cadente

Cansei de guerras e fiquei a olhar estrelas

e as guelras, relvas e matas que ainda sentia.

Tudo se transforma, mas fica um resto no sangue, na pele,

Transmuta-se em pedra, planta, energia

 

Ali, sentado escrevendo defronte à teia do largo mundo

onde outrora se fariam cartas de amor

ou se atestasse cenas, ânsias de luxúria

me arremesso contra os mistérios da dor

            Nada há de ser tão ruim

            que não venha também prum fim

 

Caminho, despojado de senões e rumos

reconciliado entre os cílios dos edifícios

como viajasse ao pó de trilhas e plenilúnios

(e) me encontro transitório, mutante, fronteiriço.

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